Festivale - Rolante Rio Grande do Sul: Celebrando a Arte Cênica e a Cultura Gaúcha
Compartilhe
Em 2022, a cidade de Rolante, no Rio Grande do Sul, foi palco da 29° edição do Festivale, um evento teatral que trás uma gama diversificada de peças e performances cativantes para a região. Este foi um momento especial pois tratava-se também do retorno do festival no período pós pandemia.
Do ponto de vista técnico fotografar espetáculos trata-se de contar histórias e transmitir ao público não presente a energia e a magia que são vistas no palco, é fazer um convite para falar sobre os sentimentos e a emoção que sentimos ao presenciar algo tão encantador, criando assim, um trabalho em conjunto, fotográfo e atores, capaz de levar mais longe as histórias que nos foram contadas.
Elegi em minha geleria de registros algumas fotografias pontuais para converssarmos e entendermos a importância da mensagem fotográfica.
Peça: Grimm para os pequenos.
Leandro Silva Teatro de Animação e Assessoria Cultural
Foto: A princesa.
Grimm para os pequenos, teatro de bonecos e contação de histórias. Espetáculo lúdico inspirado nos contos dos Irmãos Grimm. Na imagem vemos a figura da princesa, linda, dançante, sempre em movimento.
As luzes na composição fazem referência aos seus sonhos, ideias e desejos. Ela olha para cima como quem busca viver momentos grandiosos.
Na peça Ilha dos Açores, é contado a história das famílias destruídas pela guerra.
Na foto, temos a história da pequena menina que cresce sem a companhia do pai que foi enviado a guerra e não retornou. Uma dor que aumenta e se multiplica com o tempo e continua a ferir desenfreadamente.
Usei aqui a técnica de dupla exposição fotográfica (que basicamente é quando fotografamos duas vezes no mesmo quadro, criando imagens duplicadas dentro da mesma fotografia) para falar sobre o sentimento multiplicado. Após fazer a primeira foto, aguardei o momento de conexão entre as imagens e cliquei pela segunda vez. O vazio da falta é demonstrado através do espaço nulo entre as personagens. Nota-se também que a escuridão começa a tomar conta do rosto da menina (no retrato a esquerda), que sem esperanças de ver o pai mais uma vez passa a se entregar ao sentimento de luto.
Peça: O circo do mundinho feliz
Grupo Porque não.
Foto: O Palhaço.
Há, o Palhaço. Figura que me fascina a certo tempo!
No Festivale eu tive a alegria de ver muitos deles brilhando no palco. Confesso, quando criança não fui o melhor amigo deles, mas hoje, depois de crescer e entender a importância de sorrir eu não poderia deixar de retratá-los.
Após um período tão difícil para todos no mundo, eles estavam lá para brincar e lembrar que a alegria está dentro de nós e nas coisas mais pequenas e imperceptíveis do nosso dia.
Os palhaços são assim, tem olhos esbugalhados com as descobertas da vida, possuem um enorme sorriso de criança estampado no rosto. Carregam cores que celebram a vida e não tem tempo para pentear os cabelos, já que estão sempre dispostos a aproveitar cada minuto do seu precioso tempo levando adiante a inoscencia e a simplicidade de uma vida feliz.
Diretor e professor de teatro, tecnólogo em Produção Cênica, mestre em Memória Social e Bens Culturais, Cavaleiro das Artes e das Letras da República Francesa. Conselheiro indicado, em maio de 2022, pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac).
Plínio Mosca, dono de um currículo admirável. Um ser humano gigante, cheio de cores, cultura e sabedoria. Integrou o time de jurados do 29° Festivale de Rolante.
Foi homenageado com um banho de confetes ao final de uma das peças do festival. Um pequeno adereço que fez juz a sua identidade, propiciando o momento ideal para um retrato.
Neste ano estarei presente outra vez, e me comprometo em fotografar com ainda mais coração e empenho, registrando novas histórias, novos pontos de vista, e novos sorrisos com a realização deste festival maravilhoso que será o Festivale Rolante 2023.